quarta-feira, abril 29, 2015

Haicaizinhos (quando meu Hai não Cai)



Acupunturista tem um projeto
Na porta do consultório, a placa
“Entra que eu te espeto”.

Não digo que é tortura
Mas acredito que o vodu
É tentativa de tele acupuntura?

Boca nervosa é assim
Fala com alvoroço
Língua não tem osso

Analfabeto político
Analfabeto o político
Quem votou nele?

Que desastre a política
Uma rua sem saída
Onde a única saída é a política.

Tem religião que não presta
Veja o que disse a “bispa”
- “Senhor, dá um tiro de benção
Na minha testa”.

Quando eu for embora
Me esqueçam, não importa
Chega dessa vida torta.

E quando eu partir
Guarde um poema meu
Como souvenir.

A Humanidade cambaleia
Ferida, vai por ruas
Que crê serem suas.

Alquimia, me ajude
A preparar uma ressaca
Pra tirar essa inhaca.

Tô véio, tô véio
Tô feio, tô feio,
pinto mucho, saco cheio.

Vai a boiada inquieta
como cirurgião pateta
amputando a perna errada.

Bovina mansidão
Pasmo ante a tela da Globo
pensa que pensa, o bobo.

Aquele é o gostosão
Sem mulher, tranca-se no banheiro
e faz justiça com as próprias mãos

Pastel de nhanha?
Isso não existe
Por que insistes?

Espero a hora
O ponteiro pensa
A hora não espera
Ela passa.

Comprar pão é gozado
Tarefa de todo dia
Pra eu ser desprezado

Poetar é idiotice
Todos gostam
Ninguém lê
Ninguém liga

Desafaste-se eu disse
E, teimosa, me abraças
Tu és tão sem graça...

Fica velho quem quer
dizem que a melhor idade
É coisa boa e coisa e tal
Digam isso pro meu bilau

Adora teu saldo bancário
Burguesinho salafrário
Tua cobiça tem nome
Crianças morrem de fome

Desisto porque preciso
Deixar de ser caçador
De viúva de marido vivo



Sociedade com mau caráter oculto
Cria filhos em cativeiro
Sem ver crianças sob viadultos.