quarta-feira, setembro 25, 2013

1995: Echoes, Barato da Basiléia e meu primeiro livro

Em 18 de dezembro de 1995 publiquei meu livro chamado "Treze Infernos, Textos Poéticos, Contos e Crônicas", pela João Scortecci Editora. Era um livrinho de 80 págs e, por falta de grana, publiquei só 500 exemplares, hoje esgotados (não necessariamente vendidos). A editora publica o livro de quem paga, preste ou não. Como eu não tinha a verba necessária, passei o chapéu no comércio de Franco da Rocha, SP, minha cidade, e arrecadei a maior parte do que precisava. Mas não bastava. Eu tinha amigos. A banda Barato da Basiléia, de rock and blues, se propôs a tocar uma noite num barzinho central chamado Echoes Panquecaria, cuja arrecadação seria revertida para a publicação do meu livro. O bar era do Mário e do Marcelo, outros amigos.Foi noite de alto som, mas foi também hilário.
Os convites eram numerados e custavam dois reais. Haveria sorteio de exemplares do livro entre os presentes. O bar lotou, mas a galera não tinha grana pra pagar a entrada e muita gente entrou sem pagar. A renda foi baixíssima. Então o Primo e Paulinho, músicos da banda, passaram um chapéu pra coletar colaboração dos presentes. Grana que era bom não veio quase nada, mas doaram caixas de fósforos, fixas telefônicas e até preservativos. Enfim, valeu pela show que o Barato deu. Mó barato!

terça-feira, setembro 24, 2013

Crueldade eleitoral

O eleitor é cruel. Sorrateiramente, no dia das eleições, escolhem mancomunadamente um punhado de pobres cidadãos e os condena a quatro anos de trabalhos forçados nas Câmaras Municipais em troca de salários miseráveis. E lá vão os escolhidos, abnegados, penar em pról daquelas pessoinhas que mal tem o que comer, conhecidos como eleitores. Adbicam os escolhidos de suas próprias famílias e de seus interesses pessoais para trabalhar pesadamente por quatro longos e dolorosos anos pelos interesses da maioria.
Pior: depois de cumprida a pena, insistem em continuar penando, se recandidatando e, se não reeleitos, vagam no limbo, rondando as casas legislativas como almas desencarnadas que não sabem que estão mortos. Como amantes abandonados que vigiam dissimulados os passos da amada ingrata. Sabem-se imprescindíveis, insubstituíveis, incompreendidos. O eleitorado é cruel. Tanta maldade em assistir tamanho martírio daqueles condenados chamados vereadores. Estes sim, deviam ser canonizados pela pureza da alma, pela solidariedade, pelo desapego ao dinheiro, pelo amor puro ao bem-estar das pessoas. O eleitor é cruel.