terça-feira, setembro 24, 2013

Crueldade eleitoral

O eleitor é cruel. Sorrateiramente, no dia das eleições, escolhem mancomunadamente um punhado de pobres cidadãos e os condena a quatro anos de trabalhos forçados nas Câmaras Municipais em troca de salários miseráveis. E lá vão os escolhidos, abnegados, penar em pról daquelas pessoinhas que mal tem o que comer, conhecidos como eleitores. Adbicam os escolhidos de suas próprias famílias e de seus interesses pessoais para trabalhar pesadamente por quatro longos e dolorosos anos pelos interesses da maioria.
Pior: depois de cumprida a pena, insistem em continuar penando, se recandidatando e, se não reeleitos, vagam no limbo, rondando as casas legislativas como almas desencarnadas que não sabem que estão mortos. Como amantes abandonados que vigiam dissimulados os passos da amada ingrata. Sabem-se imprescindíveis, insubstituíveis, incompreendidos. O eleitorado é cruel. Tanta maldade em assistir tamanho martírio daqueles condenados chamados vereadores. Estes sim, deviam ser canonizados pela pureza da alma, pela solidariedade, pelo desapego ao dinheiro, pelo amor puro ao bem-estar das pessoas. O eleitor é cruel.

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