sábado, setembro 05, 2015

Estou



Estou
Alcir Rodrigues de Oliveira

Qual a dimensão da tua alma?
E a tonelagem do teu sonho?
Vai, mostra aí, quero ver tua carteira de cicatrizes...
Quantas garrafas de poesia por dia? Quantas?
E nuvens? Já experimentou? São saborosas.
 
Um abraço de criança? Bom, isso não tem preço, né?
Quanto tu sangraste em essência?
Caminhos? Conheces? Já viste um?

Y en las manos? Tienes trigo de lunes?
La luna me esta mirando; yo no se por que...

Olha o horizonte, fica lá que nem bobo...
rindo, olhando pra mim, bobo também.
Triste? Três doses de amizade por dia. É bom.
Triste de novo? Ria, ria bastante, ria de si mesmo,
ria de mim porque sou pobre, porque vou velho...

Feliz? Dá um pouquinho pra mim, dá?
Troco um pouquinho por essa lágrima aqui, ó.
e dou umas cicatrizes de gorjeta, trago muitas...

Tenho crédito de mentiras pra contar,
um dia gasto, escrevendo.

Fui até lá uma vez, fui correndo
mas o dia não estava, foi embora. Foi.
Eu estou cansado, eu estou muito cansado

Quero viajar pra bem longe, vou pra lá,
lá de onde nunca mais se volta.
Levo comigo meu olhar e meus cabelos brancos.
Deixo pegadas, deixo alguma esperança como herança,
deixo meu jeito desajeitado e minha chatice...
e minha mansidão bovina, insignificante.

Eu estou vendo teu rosto agora, eu estou...

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